domingo, 30 de dezembro de 2018

Meu amor



Meu amor
Entraste na minha vida porque te ouvi chorar.
Partilhaste comigo a tua dor. Estavas só a sofrer.
Ouvi as tuas lágrimas que corriam sem cessar.

Fiquei contigo
E deixei que silenciosamente me amasses. 
Deixei que trocássemos as mãos e sobrasse o olhar.
Parei para te escutar e esperei que me olhasses.

Acreditei em ti
A tua força interior é grande. Vais vencer.
Grande é o teu sonho. Forte a tua força de viver.
Desejei que a nossa amizade pudesse  curar-te .

E
Hoje sobram-me as dores, desilusões frias 
Roupas rasgadas sem hora na tristeza dos dias.
Penas que se soltam sem gritos em duras agonias.

Não sei 
Se tanto amor foi tempo perdido
Apenas creio que foi vida com sentido
Amor que se dá jamais será esquecido.

Leiria, 2018/12/31
Zitocoelho

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Hoje ouvi falar de amor



Hoje ouvi falar de amor
E senti um grande arrepio
Há palavras com forte magia
Que nos fazem desta morte acordar.
Como é doce a força do vento
Cá dentro de nós a soprar
São sombras que no pensamento
Nos fazem ao passado voltar,
São nuvens formadas de sonhos
Momentos que nos fazem amar.

E quando sopra a saudade
Podemos voltar a voar
E viver do amor a verdade
Que enche sem nos magoar.
Podemos escrever, ler e cantar
E sonhar com mais liberdade.
A paixão faz os dias mais belos
E até o canto das aves
Nos fazem o passado viver
Tantas coisas para rever.

Leiria, 2018/12/28
Zitocoelho

domingo, 9 de dezembro de 2018

O teu silêncio


O teu silêncio
Usa cores pesadas.
É duro este vazio,
Que se acomodou 
No calor do meu peito
Deixando as marcas gravadas. 
Despiu-me da nobreza 
E sentimentos de respeito,
Do carinho das palavras
E outras coisas desse jeito
Que não podem ser lembradas.

O teu silêncio 
Não tem sinais de rigor
Não tem vida nem valor
Que nos façam guardar
Todos os momentos de amor
Que queremos recordar.
Levanto os olhos aos céus
Numa prece distraída
Rogando aos Santos e a Deus
Que me fortaleça a alma 
E me dê melhor saída.
Leiria, 2018-12 -09
Zitocoelho

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Passado





Hoje vivo de recordações,
Momentos que fizeram os dias
Um tempo de muitas convulsões
E também de grandes alegrias.
Preocupei-me em arrumar as gavetas
E deixar dentro de cada uma um tema.
Na parte superior a simplicidade das letras
E por baixo as cores das dores apenas.
Hoje temo abrir aqueles arquivos,
Porque acredito que poderão estar vivos. 

Há gavetas onde guardei os abraços,

Os que demos, gostámos e ainda amamos 
Os que não demos, mas ainda sonhamos.
E os beijos escondidos, perdidos, envergonhados?
Não posso abrir nem reviver esses espaços.
Foi o tempo da juventude vivida com amor
E  as corridas e loucuras que fizemos com ardor.
Hoje não posso, nem quero abrir nada
Por temer desfazer aqueles laços. 

Leiria,20-Nov-2018 

Zitocoelho

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Há pessoas que me fazem falta. 
O seu sorriso e boas palavras alimentam-me. 
Sinto que partem
E não as posso reter. 

A vida é uma viagem.
Quanto tempo irão ficar longe?
Que Deus as guarde e as alimente,
Lhes dê o amor que lhes tenho.
Que nos conserve os laços desta amizade
E reforce os traços de tantos sorrisos.
Serei forte, ainda mais forte.
E não deixarei que as lágrimas apaguem o melhor de nós.
Viverei alimentando esse amor
Viverei olhando o futuro no brilho do seu olhar.
E as estrelas mais simples serão testemunhas
De tudo o que disse e de quanto lhes queria dar.
Zitocoelho

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Acordar



Quero a tua amizade,
E o brilho do teu olhar.
Quero a nudez do teu corpo
E a força do teu desejo, 
Quero-te no sabor de cada beijo, 
Quero-te em cada despertar.
Porque assim não sei viver
Não sei pensar nem falar,
Nem tão pouco esquecer 
Os momentos que vivemos
Tecendo o nosso acordar.

zitocoelho
2018-04-26

terça-feira, 10 de abril de 2018

Hoje sinto-me longe





Hoje sinto-te longe, tão longe e distante.
Fogem-me os pensamentos que te desenhavam
E sobram-me as imagens que gravaste em mim.
Percorre-me uma tristeza feita de indiferença 
E de silêncios agudos escritos onde me escondo,
Caminhos desconhecidos onde nada vai avante.

Hoje sinto-me longe, tão longe de mim 
Alimentei-me das tuas palavras que me encantavam
Olhares que me seduziam, aromas que me cegavam.
Saboreei momentos de sonho, banquetes sem fim.
Não vi ou não quis desse amor tão duro rombo
Que me prende e me arrasta sem minha licença.

Hoje sinto-me longe, tão longe de ti. 
Das palavras, promessas, olhares e conversas,
Tantas juras desfeitas e já sobram maleitas 
De um amor que é dor como nunca previ.

Leiria, 10/Abril/2018
Zitocoelho


segunda-feira, 19 de março de 2018



Pai 
Acordei a pensar em ti.
Foram muitos dias 
Que acordaste a pensar em nós.
Não quero esquecer-te.
Agora só poderei recordar-te.
E haverei de lembrar-me
Do tempo que tu foste a força e a voz
Que nos reunia à mesa ou no campo,
Na Escola, na Igreja ou festa do Santo.
Assim aprendemos o valor da família,
A partilha do pão e das lágrimas com dor. 
Haverei de lembrar-me 
Do teu rosto cansado,
Do teu olhar vivo e atento,
Onde nos sentíamos amados 
E onde encontrávamos alento.
Haverei de lembrar-me
Hoje e sempre dos dias passados.

Leiria, 19/03/2018
Luís Coelho

Guerrilheiro Poema de Luiz Gonzaga Rodrigues


Amanhecer de ódio:
Tiros,
Granadas,
Rajadas
De desespero.
Amigos esfacelados;
Sangue… quente;
Cerrar de dentes;
Corpo suado;
Pés em sangue,
Carne viva;
Garganta em fogo.
Trilhos suspeitos:
Rastejar,
Reptar,
Passos abafados…
Mata sombria:
Olhar de fera,
Desconfiado…
Noite na floresta:
Silêncio macabro;
Rios gelados;
Angústia de hienas;
Sombras assassinas;
Pesadelos…
Gotas de orvalho,
Sonhos belos:
Esperança
De não morrer,
Viver,
Vencer.
- Ele era homem
Pacífico
E era livre!...

LIZAGA

Algures em Moçambique (Estima – Tete) 1971

Homenagem aos guerrilheiros da Frelimo abatidos em operação militar a norte de Cabora Bassa por grupo da 29ª Companhia de Comandos.
Remetido a amigo que o fez publicar, por essa altura, na página literária da “Voz do Domingo”, jornal regional de Leiria, sem objecções da censura …escapou!
 A mãe, suspeitando da autoria, guardou  recorte do jornal que me ofereceu há um mês.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Hoje recebi este poema do meu amigo Sol e surgiu-me uma simples resposta.
Espero que a mensagem chegue a todos com muita amizade.


Sol
No tempo, os Reis vão reinar,
Vão dar-te o tempo que existe.
E mais te vão ensinar
A que deixes de estar triste.

Abraço
SOL



Luis Coelho
Dia de Reis a terminar, 
Muitos sonhos vão continuar.
Obrigado pelo poema, 
Linda mensagem para pensar.
Os Reis vieram de muito longe 
Guiados por uma Estrela
E parados junto ao Presépio
Viram uma Luz ainda mais bela.
Jesus o Rei dos Reis, 
O Senhor Deus que nos veio salvar.

Abraço 
Zito Coelho