terça-feira, 7 de abril de 2020
Anoitecer ao luar
A noite clara aproxima-se suavemente.
E abraça-nos numa brisa morna e húmida.
Os pensamentos comprimem as dúvidas
E as incertezas pairam na escuridão.
O homem cansado regressa lentamente
Neste anoitecer de luar feito solidão.
Os passarinhos refilões já se recolhem,
Na copa verde das árvores quentes
E entre eles disputam os melhores lugares,
Protegidos por muitas asas de iguais penas,
Mistérios da natureza que o silêncio tolhem
Por amor que é só deles em simples cenas.
As ruas ficam desertas do labor das gentes
Azafamas trazidas no aroma dos campos
E o céu pinta-se de pequenas chaminés
Onde se acolhem os pés frios e descalços
E as bocas ávidas por um caldo quente
Alma da família resistente nestes laços.
Leiria, 08/Abril/2020
Zitocoelho
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