sexta-feira, 21 de julho de 2017

O teu rosto na areia



Olhei a praia deserta
E recordei onde antes passeavas.
Os passos não eram largos,
Eram o tempo que me davas.
Ao som do mar escrevi
O calor do teu olhar
E aquele amor, já frio, que querias partilhar.
Foram tantas incertezas desse nosso caminhar.

Vi o teu sorriso fresco
Naquele mar onde nunca tinha ido
Fiquei ausente no tempo
Talvez me tivesse perdido.
Amei sem saber desse amor
Caminhos feitos de vento
Desejos que nos fazem dor
Viver que não faz sentido.

Gravei os traços do teu rosto
Naquela areia dourada,
Eram belos e suaves, como nunca imaginei.
No teu corpo havia luz,
Momentos que muito amei,
Mas foram apenas alguns segundos
E de amor não teve nada.
As lágrimas correram apressadamente
Numa aragem fria de nortada
luíscoelho
Julho/2017

sábado, 8 de julho de 2017

Porque me foges?


Porque me foges


Procurei-te perdidamente na brisa do mar.
Subi as rochas geladas, vi-te na noite,
Divertias-te como quem vive a vegetar,  
E cantavas como quem fala doces melodias.
Tinhas a voz embriagada pela multidão 
E vives, mas não sabes nem sentes o amor
Que me mata e tortura tão profundamente. 
Dor cega com desprezo, só de ti ausente.

Perdi-me a procurar-te no movimento dos corpos 
Nas ruas coloridas, despidas de convenções errantes.
Perdi-me nos sons que cresciam nos bares
Gritos vividos no calor de amores e de amantes
Cheiros da maresia que subia a cada instante.
Passei pelas vielas e muitos becos sem saída
Olhei para lá do que era sombra ou tinha vida
Mas terminei o meu regresso no início da partida.
Julho/2017
Luíscoelho

domingo, 2 de julho de 2017

Os teus olhos



Procuro nos teus olhos o brilho dos meus,
As cores que me escondes são a vida que eu amo,
São as estradas que eu sigo e nas dores já me tramo.
São estrelas de luz que me deixam perdido, 
São dias cinzentos, pintados de azul
Serão tudo o que eu quero se não for vencido.

Procuro, procuro na distância do tempo
Nos dias cansados de dor e lamentos.
Procuro, procuro num fio de esperança, 
Numa nesga de luz que me sopra o vento.
E quando te escondes e desvias o olhar
Viverei desse brilho que me faz amar.

Nesses olhos há feitiço que me faz sonhar,
Há esperança e amor, há tanto para dar,
E também houve vida que me quiseste roubar.
Nesses olhos houve dor e também desencanto
Nas cores que sonhamos de prazer sem pranto.
Nos teus olhos há vida que eu quero cantar.
Luíscoelho
Julho,2017,01