domingo, 30 de outubro de 2016
Era belo o teu amor
(foto do blogue - Lamentos da Alma)
Amanheceste-me de raios de luz,
Esperanças douradas de amor.
Acreditei que o Sol não morria
E que a todos oferecia o seu calor
E aquela vida que em mim corria.
Acreditei nessa luz que me varria
E meus olhos recheou do teu amor.
Fui louco por acreditar e te amar
Quando apenas as tuas sobras me oferecias
E no cansaço do trabalho me esquecias.
E os dias terminavam em silencio
Nesta dor que sendo grande eu reprimia.
Era o meu jeito de no meu peito te guardar
Eram os teus sorrisos que me faziam navegar
E acreditar que com o teu amor eu não morria.
E sem querer me arrepiei deste viver
Se a ti me dou como sei e como sou
Podes saber que não te quero por vaidade
E por favor jamais te quero ter
Renunciando à minha própria felicidade.
Luiscoelho
30/Out/2016
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
A noite é minha amante
A noite estendeu-me os braços,
Quis ser minha amante neste tempo,
Aconchegou-me ao peito escuro
E eu deixei-me adormecer neste alento.
Era bom aquele abraço embora duro
E com tanto amor deixei de ter sentimento.
As noites assim dormidas são mais longas,
Semeiam-nos de sonhos onde navegamos,
Cruzamos oceanos, vencemos tempestades
Vivemos outros mundos onde não estamos
E até saboreamos outras coisas e vontades
Mais cruas que estas com que sonhamos.
Os braços desta noite eram longos e eram frios
Até no calor do peito se soltavam arrepios.
Quando quis soltar-me desta força já não podia,
Nem sei se não tinha forças ou se não queria,
E assim se alongou sem ver a minha dor
Que me vestiu de amargas ilusões sem outra cor.
luíscoelho
27/Out/2016
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Dentro de mim
Dentro de mim corre um rio,
Um rio que
me leva ao mar,
Um rio que
me beijou a correr
Nas águas
que eu não quis travar
Um rio de
grandes correntes
Que nas
margens me obrigou a parar.
Dentro de mim corre um rio,
Um rio que
me divide em dois.
Suas águas
descem apressadas,
As correntes
se formam depois,
Regressando ainda às nascentes
Onde o amor
as faz renovadas.
Dentro de mim corre um rio
Um rio que se arrasta levemente.
Se navegamos
contra a corrente
As forças
cedem facilmente
E do amor devoram a semente
E do amor devoram a semente
E nos separam mui tristemente.
luiscoelho
2016/Out/20
domingo, 16 de outubro de 2016
Mãe - 66 Parabéns
A vida dá muitas voltas
E muitas já ela deu,
Desejamos que rode sempre
Como as estrelas do Céu,
E que cada aniversário
Seja um presente de Deus.
Parabéns, felicidades
Não é tudo o que queremos
Pois desejamos muito amor,
Com pão, saúde e alegria,
E que cada despertar
Seja um viver nesta harmonia.
luíscoelho
15/Outubro/2016
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
A minha dor
Esta noite foi mais fria,
Foi mais dura e insegura.
Levou-me as magras esperanças
Daquilo que eu mais queria,
Gelou-me a alma de dores,
Encheu-me de grande agonia.
O vento norte me despiu
De ti que eu tanto amava,
Dos sorrisos que te dava.
Desamor e mal amados
Foram destinos trocados
Que de nada nos serviu.
A chuva fez-me agasalho
Da noite que se fazia.
Roupas finas e macias,
Mortalhas que já vestiram
Os que nesta vida sentiram
O amor feito em retalhos.
luiscoelho
13/Outubro/2016
sábado, 1 de outubro de 2016
Pai
Pai
Desenhei o silêncio do teu rosto
Palavras nunca ditas nos teus olhos
Tempo que juntos construímos
Dias férteis de ledos desenganos
Grandes sonhos de que nunca desistimos.
Desenhei o silêncio do teu rosto
Sorrisos tracejados pelos anos
Estradas longas por onde caminhamos
Nervuras onde o tempo já fez danos
Distâncias onde sempre nos ligamos.
Desenhei o silêncio do teu rosto
Nas palavras escritas no meu ser
Aquelas que guardo e dou valor
Ser Pai é um ser grande com amor
E vivendo se transforma em criador.
Luíscoelho
Pai - Senti saudade e quis recordar-te
Poema de 2014 - agora reeditado
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