sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
Medo
Dizem que o medo não existe,
Mas eu sinto-o colado a mim.
Porque criaram este monstro
Sinto-o aproximar-se lentamente.
Arrepio-me numa aflição sem fim,
Fico sem ar, sufoco completamente.
Tremem as mãos e o coração acelera
Olhamos em redor mas nada vemos,
Nem sabemos se ele está dentro de nós.
Vírus maldito, mata-nos sem querermos,
Não respeita as leis de Deus que temos
E de dor e tristeza definhamos sós.
"Vá de rectro" covid,coronavirus.
Vai para a terra que te criou.
Vieste para assassinar a humanidade sem tiros.
Vai para quem sem alma te projectou.
Guerras bacteriológicas trazidas em pós
E que morra de vez sem mais suspiros.
Leiria,15/01/2021
Zitocoelho
domingo, 10 de janeiro de 2021
Frio
O frio hoje vestiu-se de branco,
E veio tão alvo que ficou suave,
Nem dava para ver como era frio.
Procurei um casaco como se fosse manto
E apertei-me dentro dele com um ar grave,
Depois de portas fechadas olho e sorrio.
Como são belos os campos e os montes
Assim pintados no silêncio da noite.
E os olhos correm ou voam sem descanso.
Tanta formosura! Pinturas feitas sem pontes,
Mas ligadas entre si em pinceladas de açoite
E toda a natureza vive em paz neste recanto.
Leiria,10/01/2021
Zitocoelho
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
Teimosamente
Teimosamente procuro palavras,
Palavras que me alimentem
E me mostrem o melhor da vida
Palavras que me desenhem e me libertem
Que me provem que o amor é uma conquista
E me renovem com a seiva de uma terra prometida.
Teimosamente procuro sentidos
Que já nem querem ser ouvidos.
Direções que escondem novas rotas,
Fragâncias e perfumes repetidos
Buscando estrelas distantes,
Oceanos de pensamentos sem respostas.
Leiria, 2021/01/05
Zitocoelho
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