segunda-feira, 19 de março de 2018

Guerrilheiro Poema de Luiz Gonzaga Rodrigues


Amanhecer de ódio:
Tiros,
Granadas,
Rajadas
De desespero.
Amigos esfacelados;
Sangue… quente;
Cerrar de dentes;
Corpo suado;
Pés em sangue,
Carne viva;
Garganta em fogo.
Trilhos suspeitos:
Rastejar,
Reptar,
Passos abafados…
Mata sombria:
Olhar de fera,
Desconfiado…
Noite na floresta:
Silêncio macabro;
Rios gelados;
Angústia de hienas;
Sombras assassinas;
Pesadelos…
Gotas de orvalho,
Sonhos belos:
Esperança
De não morrer,
Viver,
Vencer.
- Ele era homem
Pacífico
E era livre!...

LIZAGA

Algures em Moçambique (Estima – Tete) 1971

Homenagem aos guerrilheiros da Frelimo abatidos em operação militar a norte de Cabora Bassa por grupo da 29ª Companhia de Comandos.
Remetido a amigo que o fez publicar, por essa altura, na página literária da “Voz do Domingo”, jornal regional de Leiria, sem objecções da censura …escapou!
 A mãe, suspeitando da autoria, guardou  recorte do jornal que me ofereceu há um mês.

4 comentários:

  1. Poema forte, lindo,bela homenagem! abração, bom te ver!Fazia tempão! chica

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  2. Acho una bela homenagem, porém eles também aprontaram
    e não foi pouco.
    A verdade é uma forma de justiça.
    Estou à sua espera, Luis.
    Abraços a todos
    ~~~

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  3. Homenagem a Combatentes; cada um pela sua ideologia ou Pátria.
    Muito Bom.


    Abraço
    SOL

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