Não quero acordar-te,
Mas quero ver-te dormir.
Olhar-te bem perto,
Sentir o teu cheiro
Dizer-te o que sinto sem nunca mentir.
Quero ver-te por dentro,
Desenhar-te nos sons do olhar,
Passagens por onde entro
Me sento e me deixo ficar.
Somos um lago de sonhos
Nas cores que queremos pintar,
E sem querer nos deixamos andar.
Mas, se trocados os tempos,
Os ventos não hão-de parar.
São esperanças tardias
Que nos enchem a alma no aroma dos dias.
São olhares furtivos
Da arte como se roubam os beijos
Que do amor nos deixam cativos.
Quero mesmo acordar-te.
luíscoelho
Maio, 24-2015
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